Aproveitando o gancho da postagem
anterior, gostaria de puxar mais um pouco o assunto brasileiro x redes sociais,
e sei que muitos (se é que muitos acessam este blog) irão criticar.
Ultimamente a bola da vez é o
Facebook, tenho conta no site desde 2008 (teoricamente ano em que a rede
começou a tomar força fora dos Estados Unidos), e notei que hoje o Facebook
virou um Orkut da segunda década do século 21, pois até o meio de 2010 era muito
legal acessá-lo e compartilhar informações com os amigos, o que na verdade é a
ideologia de qualquer rede social e microblog.
Mas, saindo um pouco do mundo da
segunda gigante azul (A primeira é a IBM, claro!), vamos voltar ao tempo.
Criei meu usuário no Orkut em
2004 e querendo ou não, a Google foi pioneira das redes sociais, encontrei
pessoas que há muito tempo não via.
- Puxa vida, como o Orkut é
legal. Me pegava falando. Comunidades faziam com que os usuários se
identificassem, sejam elas de música, informações etc. O Orkut somou o meu
cotidiano, conheci, por exemplo, pessoas de outros estados e países que gostam
das mesmas músicas que eu. Ali, estava nítido o que realmente chamamos de
globalização, mas infelizmente, assim como no MSN, o Orkut caiu na boca do
povo. – Ah, eu cadastrei meu e-mail no “Orgut”, no “Yourgut” (brasileiro gosta
de satirizar nomes). – Me procura lá no Orkut! Entra na minha comunidade do
Orkut! – Faz um testemunho pra mim lá, miguxo! Isso deu início a era de usuários que não sabem usar as
ferramentas adequadamente! Comunidades eram criadas a rodo (comunidade do
pontinho preto em cima da geladeira, comunidade da bandeira do bairro da subprefeitura
de Guaianases etc). Absolutamente tudo era comunidade! Absolutamente tudo era
testemunho, e por último os jogos do Orkut! Que terminaram de aniquilar o que
pouco restava de bom, a essência de uma rede social.
Numa boa? Eu não jogo e não tenho
nada contra quem joga, mas a quantidade de convites, a quantidade de “scraps”
com desenhos de bichos de pelúcia e links para copiar tais bichos de pelúcia
eram tantas que literalmente me deixaram em estado broxante em utilizá-lo, como
utilizara no passado.
No Facebook, a ideia é a mesma,
começou esplendido, com conceito de microblog, que era ausente no Orkut, mais
interativo, digamos que um microblog e rede social mais inteligente. Mas porém,
sobretudo, caiu no gosto do povão novamente e, novamente a história se repete.
Eu já exclui 40% dos usuários do
meu perfil, porque simplesmente não dá para acessar e ter de caçar uma boa notícia,
um comentário inteligente, uma foto bacana. A ideia aqui não é sistematizar a
coisa como um todo, a ideia é utilizar o sistema corretamente, qual o intuito
de clicar em “curtir” ou “compartilhar” entre quem é melhor, Messi ou Neymar?
A FIFA já faz isso, através de
votos de pessoas gabaritadas para tal: comissões técnicas, jogadores etc. Qual
o intuito de mandar um milhão de convites para o “cityville” se eu não aceitei
nenhum? Eu não jogo essas coisas, não quero jogar não, muito obrigado!
Tenho amigos morando fora do
Brasil, e muitas vezes passa desapercebido um comentário ou uma foto legal, que
precisamos caçar igual agulha no palheiro. Isso me leva a crer que o brasileiro
não sabe usar a internet, as redes sociais, e-mails, tudo é exagerado, tudo em
excesso, cria-se site, blog, tudo interligado ao Facebook.
Hoje minha rede social está mais
maleável, porque tirei a maioria (e vai sair mais) das pessoas que me
adicionaram, muitas vezes são pessoas gente fina, mas, que não sabem utilizar a
rede e postam 99% de coisas fúteis na mesma.
Não vou ser hipócrita também, têm
coisas engraçadas, eu acho bacana essa coisa dos “memes”, tem umas tiras
legais, comentários interessantes, mas, nada exagerado. Um aqui, outro ali fica
legal, retratam algumas tiradas da infância, que de fato relembram muita coisa
engraçada.
Eu acho que o moderno, o
inteligente não é conseguir criar um usuário, um e-mail, um site. Eu acho
inteligente é ter um bom comportamento nos mesmos.
[ ]’s
Carlos Roberto
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