terça-feira, 22 de maio de 2012

Eu sou um cara moderno, tenho Facebook!

Aproveitando o gancho da postagem anterior, gostaria de puxar mais um pouco o assunto brasileiro x redes sociais, e sei que muitos (se é que muitos acessam este blog) irão criticar.

Ultimamente a bola da vez é o Facebook, tenho conta no site desde 2008 (teoricamente ano em que a rede começou a tomar força fora dos Estados Unidos), e notei que hoje o Facebook virou um Orkut da segunda década do século 21, pois até o meio de 2010 era muito legal acessá-lo e compartilhar informações com os amigos, o que na verdade é a ideologia de qualquer rede social e microblog.
Mas, saindo um pouco do mundo da segunda gigante azul (A primeira é a IBM, claro!), vamos voltar ao tempo.

Criei meu usuário no Orkut em 2004 e querendo ou não, a Google foi pioneira das redes sociais, encontrei pessoas que há muito tempo não via.
- Puxa vida, como o Orkut é legal. Me pegava falando. Comunidades faziam com que os usuários se identificassem, sejam elas de música, informações etc. O Orkut somou o meu cotidiano, conheci, por exemplo, pessoas de outros estados e países que gostam das mesmas músicas que eu. Ali, estava nítido o que realmente chamamos de globalização, mas infelizmente, assim como no MSN, o Orkut caiu na boca do povo. – Ah, eu cadastrei meu e-mail no “Orgut”, no “Yourgut” (brasileiro gosta de satirizar nomes). – Me procura lá no Orkut! Entra na minha comunidade do Orkut! – Faz um testemunho pra mim lá, miguxo! Isso deu início a era de usuários que não sabem usar as ferramentas adequadamente! Comunidades eram criadas a rodo (comunidade do pontinho preto em cima da geladeira, comunidade da bandeira do bairro da subprefeitura de Guaianases etc). Absolutamente tudo era comunidade! Absolutamente tudo era testemunho, e por último os jogos do Orkut! Que terminaram de aniquilar o que pouco restava de bom, a essência de uma rede social.
Numa boa? Eu não jogo e não tenho nada contra quem joga, mas a quantidade de convites, a quantidade de “scraps” com desenhos de bichos de pelúcia e links para copiar tais bichos de pelúcia eram tantas que literalmente me deixaram em estado broxante em utilizá-lo, como utilizara no passado.

No Facebook, a ideia é a mesma, começou esplendido, com conceito de microblog, que era ausente no Orkut, mais interativo, digamos que um microblog e rede social mais inteligente. Mas porém, sobretudo, caiu no gosto do povão novamente e, novamente a história se repete.

Eu já exclui 40% dos usuários do meu perfil, porque simplesmente não dá para acessar e ter de caçar uma boa notícia, um comentário inteligente, uma foto bacana. A ideia aqui não é sistematizar a coisa como um todo, a ideia é utilizar o sistema corretamente, qual o intuito de clicar em “curtir” ou “compartilhar” entre quem é melhor, Messi ou Neymar?

A FIFA já faz isso, através de votos de pessoas gabaritadas para tal: comissões técnicas, jogadores etc. Qual o intuito de mandar um milhão de convites para o “cityville” se eu não aceitei nenhum? Eu não jogo essas coisas, não quero jogar não, muito obrigado!

Tenho amigos morando fora do Brasil, e muitas vezes passa desapercebido um comentário ou uma foto legal, que precisamos caçar igual agulha no palheiro. Isso me leva a crer que o brasileiro não sabe usar a internet, as redes sociais, e-mails, tudo é exagerado, tudo em excesso, cria-se site, blog, tudo interligado ao Facebook.

Hoje minha rede social está mais maleável, porque tirei a maioria (e vai sair mais) das pessoas que me adicionaram, muitas vezes são pessoas gente fina, mas, que não sabem utilizar a rede e postam 99% de coisas fúteis na mesma.

Não vou ser hipócrita também, têm coisas engraçadas, eu acho bacana essa coisa dos “memes”, tem umas tiras legais, comentários interessantes, mas, nada exagerado. Um aqui, outro ali fica legal, retratam algumas tiradas da infância, que de fato relembram muita coisa engraçada.
Eu acho que o moderno, o inteligente não é conseguir criar um usuário, um e-mail, um site. Eu acho inteligente é ter um bom comportamento nos mesmos.

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Carlos Roberto

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