sábado, 11 de julho de 2009

Por quê o apego aos artístas antigos?

Em pleno século 21, podemos ver artistas de longa data enchendo estádios e fazendo a coisa acontecer....

Antes de mais nada, este post não é discriminativo, muito pelo contrário, é um post parabenizando artistas que conseguem sobreviver em plena "mutação" musical.

Falar de música pode ser fácil ou difícil, depende do ponto de vista que analisamos e de quem estamos falando.
O Rei Roberto Carlos, por exemplo, comemorando essa semana de julho/09 seus 50 anos de trabalho como músico e, ele é um exemplo de que muitos de nós ainda gostamos e não cansamos de ouvir as músicas do passado. Todo ano tem especial e todo ano são as mesmas músicas, mas, sinceramente, isso precisa continuar e deixar a chama de quem gosta dele acesa, porque senão, a nova música acaba engolindo o que ainda temos como ressalva.
Eu já tive minha época de odiar todos eles minha época rebelde, nem querer ouvir falar, quando somos jovens, não aceitamos o que os adultos dizem, achamos cafona e odiamos sermões, não é mesmo? rsss
Meu tio adorava falar do RC, e eu sempre cortava-o no meio da história. - "Tio, numa boa? quer dar sermão, vai trocar uma ideia com o padre!". Minha mãe é "fanzoca" do rei, minha tia se jogou na frente do carro dele, num show aqui em SP, acredita? nem eu, mas, ela fez sim...rss

Roberto Carlos consegue fazer o que poucos fazem, você consegue enxergar a história através de sua melodia, passa um filme na cabeça, ele consegue passar isso exatamente como se estivesse acontecendo ali, naquele momento. Muitas vezes há um sincronismo entre você, a música e o momento em que você está ouvindo, pelo menos eu sinto isso.
Poxa vida, quem aqui nunca ouviu The Beatles, Rolling Stones, Johnny Rivers entre outras bandas conhecidas mundialmente, aqui no Brasil a moda era Renato e seus Blue Caps que, meio que "chupinhava" o que estava acontecendo lá fora.....
Eu mesmo, com 26 anos, muitas vezes ouço sem problemas algum muita coisa dos anos 60, 70, 80.....meu nome inclusive, é graças ao nosso amigo rei ai em cima, minha mãe, fã incondicional, já foi logo escalando meu nome igual o dele e, só não colocou Roberto Carlos porque minha avó não deixou, por isso meu nome é Carlos Roberto.
Desde muito moleque presenciei a música deles, graças aos meus pais e familiares, almoço de domingo era sagrado o disco do Renato, Beatles, A-HA, Bee Gees entre outros e hoje respeito todos, pois levaram e levam a boa música nas costas.

A impressão que tenho é que estamos entre duas crostas, uma mutação difícil de ocorrer, no que podemos chamar de nova música que a "molecada" esta ouvindo, os Emocore ou um hardcore melódico junto com a pornografia do funk contra a galera dos anos 80 e 90. Essa nova geração? Se podemos chamar de geração dos século 21, parece não se preocupar muito com o que estão ouvindo, tudo é tendência e claro, me baseando no que toca aqui no Brasil.

Fora o enlatados, né? que tipo, o pessoal lá fora não ouve e acabam mandando pra cá.
Outro dia, conversando com uma galerinha de 15/16 anos aqui da minha rua mesmo, que se dizem roqueiros, perguntei se eles conheciam uma banda chamada Nirvana e, a resposta me assustou. - "Nirvana? nossa! existe uma banda com este nome? Comentou um dos guris com uma camiseta acho que do Fresno, fiquei triste com a resposta, mas, fui um pouco mais além. -"E Ramones? conhecem?". Eles disseram que sim, mas com um tom de insatisfeitos: "Ahhhh, eu já ouvi algumas músicas, mas, achei muito rápido e muito chato de ouvir". Tudo bem, acho normal não gostarmos de certas coisas, eu mesmo odeio metal melódico, mas, eu sempre gostei de punk rock e hardcore, até onde sei, Fresno, infelizmente se diz hardcore e também gostam de Ramones, os jovens não procuram saber as influências de seus ídolos se eles tocam um tipo de música e ouvem outra. Achei muito legal quando ouvi o DJ Marky dizendo: "Cara, eu toco drum'n'bass, mas, na minha casa eu ouço The Police, Amy Winehouse".

É mais ou menos assim, eu sou fã incondicional de Green Day, foi o Green Day que me 
apresentou o Ramones, graças a eles que eu cheguei na banda que eles também gostam, pesquisei, ouvi e gostei! Mas, enfim, hoje em dia não temos mais música de qualidade, tá tudo muito fácil, muito acessível, busca no Google e pronto! tá ali, nem precisa ir na Sta. Ifigênia ou na Teodoro Sampaio buscar aquele pedal ou aquele prato que você sempre quis ter, basta clicar no botão e comprar! chega na sua casa no prazo de 5 dias úteis.
Minha primeira bateria eu custei a ter, juntei grana, batucava no sofá e consegui uma bem humilde, mas, que me dediquei pra tocar o pouco que sei hoje.

Gostaria de finalizar dizendo que, sempre que alguém relatar algo que não seja da sua época, pelo menos ouça e respeito o que essa pessoa lhe diz, porque a música é o único objeto que ultrapassa seu tempo em que foi criado, podemos ouvir um artista hoje e daqui 50 anos, assim como ouvimos Roberto Carlos entre outros músicos de sua época.
Não discrimine, se não quiser ouvir não ouça, mas, respeite e saiba que o que você ouve hoje pode ser algo que se inspirou no passado para inspirar você.

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Sr. Bé Cool.